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Obesidade infantil: causas e cuidados necessários para combatê-la

Você sabia que cerca de 15% das crianças no mundo estão acima do peso? Enquanto isso, no Brasil, 12% das pessoas na faixa de 5 a 9 anos sofrem de obesidade infantil. Esses dados são bastante alarmantes e revelam a necessidade de trazer esse assunto para o debate público, ressaltando as causas da obesidade infantil para que sejam evitadas.

O Ministério da Saúde já alertou que crianças obesas têm mais propensão de se tornar adultos com a mesma condição. A situação provoca uma série de graves consequências para a saúde, como o surgimento de doenças crônicas.

Se você tem interesse pelo tema e quer saber mais sobre o assunto, continue a leitura deste post! Explicaremos o que é e quais são as causas da obesidade infantil, além de dicas sobre como combater, prevenir ou conviver com a doença.

O que é a obesidade infantil?


Basicamente, a obesidade infantil é o excesso de peso que aparece logo na primeira fase da vida. Para diagnosticar a doença, existem alguns métodos que são utilizados, como o Índice de Massa Corporal (conhecido como IMC), que mede a relação entre o peso e a estatura da pessoa.

Em adultos, caso o IMC dê entre 30 e 30,9, esse número indica que a pessoa está obesa. Porém, para crianças e adolescentes, isso não se aplica, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) dispõe de tabelas com as faixas de IMC para crianças, que mudam de acordo com a idade e o sexo.

Entretanto, essa medida não leva em conta aspectos como quantidade de massa muscular e estrutura física, o que faz esse parâmetro não ser o suficiente para indicar obesidade. Deve-se considerar, também, a estatura para a idade, bem como o peso em relação à altura e à idade.

Outra possibilidade de diagnóstico é por meio da medida da dobra cutânea do tríceps, além da verificação da existência de alguma das causas da obesidade infantil na vida da criança — as quais citaremos mais à frente. De qualquer forma, essa doença pode ser reconhecida com certa facilidade ao averiguar o visual do corpo, já que ele é a principal vitrine em relação ao sobrepeso.

Nesse sentido, quando uma criança aumenta de peso, espera-se que a estatura acompanhe o crescimento. A partir do momento em que a altura e a idade óssea ficam contínuas, mas o peso continua aumentando, isso demonstra um caso de obesidade infantil.

Quais são as principais causas da obesidade infantil?


Existem diversos fatores que proporcionam o sobrepeso e, ao contrário do que muita gente pensa, nem sempre têm relação com a ingestão em excesso de alimentos. Por isso, vale a pena explicar detalhadamente as principais causas da obesidade infantil.

Estilo de vida sedentário


Antigamente, era muito comum ver crianças jogando bola, brincando de pique e correndo de um lado para o outro, sem parar. No entanto, com o avanço tecnológico, os famosos tablets e celulares se tornaram companheiros dos pequenos, e com isso, eles quase não fazem atividades físicas — afinal, para eles, o entretenimento está em uma tela.

Esse hábito é altamente prejudicial para a saúde e pode ser um fator de desenvolvimento da obesidade. Por isso, ainda que tenha acesso à internet, a criança não pode deixar de fazer um esporte ou algum esforço físico frequentemente.

Consumo em excesso de alimentos gordurosos


Nem sempre é fácil dizer não para uma criança, não é mesmo? Quando elas pedem um chocolate aqui, um biscoito ali, e o desejo é atendido, acabam se acostumando a comer mal. Assim, nasce uma péssima rotina de alimentação.

Vale lembrar que esses hábitos acompanham a pessoa conforme ela cresce. Por isso, ela pode acabar cometendo os mesmos erros da infância, prejudicando gravemente a qualidade da sua saúde.

Aqui vai um alerta para os pais: os filhos veem nos parentes um modelo, um exemplo a ser seguido. Se os responsáveis pela criança comem besteira todos os dias, ela provavelmente fará o mesmo.

Fatores genéticos


Segundo a Fiocruz, um filho tem 50% de chance de ser obeso, caso um dos pais também seja. Se os dois forem, essa porcentagem chega a 100%. Isso ocorre porque a obesidade pode ser transmitida geneticamente, por isso, se existir um caso próximo na família, o pequeno tem muito mais chances de desenvolver a doença.

Fator emocional


Muitas vezes, os pais ou responsáveis das crianças adquirem um costume, quando o filho está triste ou frustrado com algo, de levá-lo para comer em fast food ou presenteá-lo com doces e coisas do tipo. Isso gera, para a criança, uma crença e uma sensação de que a comida pode resolver os problemas dela, sendo a única coisa que pode gerar satisfação a ela.

Assim, isso pode acarretar a obesidade ainda na infância ou na fase adulta, já que ela aprende essa associação errada dos sentimentos com a comida. Seguindo o mesmo raciocínio, é bom evitar, também, a alimentação não saudável como recompensa por algo que a criança fez bem, como uma nota boa em prova, entre outras coisas.

  • colesterol alto;
  • pressão alta;
  • diabetes;
  • problemas respiratórios;
  • assadura;
  • dermatite.


Porém, além disso, na infância, essa condição resulta em algumas outras questões negativas. Um exemplo disso é o bullying sofrido na escola, que acarreta problemas psicológicos, os quais precisarão ser tratados durante muitos anos, senão a vida toda, como a depressão e a baixa autoestima.

Quais as consequências da obesidade para crianças?
As crianças com obesidade sofrem as mesmas consequências que adultos com essa doença também passam, como:

Fora isso, um risco bem impactante da obesidade são os problemas ortopédicos e musculoesqueléticos. A pessoa obesa tem dor e limitação funcional, causadas por problemas na coluna, nos quadris, nos joelhos e nos pés, já que são articulações que lidam com uma sobrecarga de peso.

Por que é importante ter atenção aos primeiros sinais de obesidade infantil?

De acordo com o médico Drauzio Varella, o organismo do ser humano tem a tendência de sempre estar à procura de atingir o maior peso que já teve. É por esse motivo que é difícil emagrecer depois que você já alcançou um peso mais alto. Nesse sentido, caso a criança fique obesa, as chances de ela ter que lutar contra isso para o resto da vida adulta são grandes.

Sendo assim, é de suma importância que, aos primeiros sinais de obesidade infantil, sejam tomadas providências para que isso não evolua. A melhor alternativa é prevenir para que esses sinais nem cheguem a aparecer, e é o que você verá como fazer, no próximo tópico.

Como prevenir a obesidade infantil?
Não há como negar que a obesidade infantil é um problema grave e, a cada ano, o número de casos aumenta. Dessa forma, é necessário evitá-la para que a saúde da criança não fique comprometida. Para isso, alguns hábitos podem ser aderidos:

  • seguir um horário regrado de alimentação e não comer fora do tempo;
  • evitar o consumo de alimentos ricos em gordura, como frituras e doces, além de refrigerantes;
  • praticar atividades físicas frequentemente;
  • aderir a uma dieta saudável e equilibrada, consumindo verduras, legumes e frutas;
  • beber diariamente pelo menos dois litros de água.

Quais são os tratamentos disponíveis no mercado?

A obesidade infantil é um fator de risco para diversas doenças, como hipertensão, apneia do sono, osteoartrite, diabetes tipo 2, câncer, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares. Dessa forma, após o diagnóstico, é necessário que o paciente tenha uma rotina de cuidados e faça acompanhamento periódico com um médico.

Esse problema é causado quando a ingestão de energia é maior do que o gasto do organismo. Então, torna-se importante aderir a uma completa reeducação alimentar. Nesse sentido, recomenda-se consumir alimentos que não sejam muito calóricos, seguir os horários das refeições e comer itens ricos em fibras.

Ainda é necessário começar a fazer alguma atividade física para gastar a energia acumulada. Em alguns casos, também pode se revelar essencial o acompanhamento psicoterápico.

Outra opção de tratamento é por meio de medicamentos. Vale alertar que não é recomendado apenas ingerir o produto, sem seguir os cuidados anteriormente citados, pois a medicação não é capaz de fazer milagre. Aliás, essa opção pode contribuir apenas de modo sutil ou temporário para bem-estar do paciente. Outra necessidade é marcar uma consulta com o médico para que ele avalie essa possibilidade de tratamento.

Como conviver com a obesidade?
Ainda que a criança siga todos os cuidados necessários, a obesidade infantil pode não desaparecer rapidamente. Por isso, é necessário aprender a lidar com a situação.

É importante não colocar na medicação ou na cirurgia a esperança de cura total. Afinal, é consenso na área médica que o resultado desejado pelo paciente tem relação, principalmente, com os hábitos de vida que ele vai adquirir, como a alimentação e a prática de atividades físicas.

Como a fase da infância pode ser bem difícil para quem está acima do peso, vale a pena pensar em fazer um acompanhamento psicológico. Isso é ainda mais necessário quando a criança começar a revelar sinais de desânimo, ansiedade e tristeza.

Como vimos, esse é um problema sério, que pode causar consequências para a vida adulta de uma pessoa. Tomar as medidas certas para evitar, tratar ou lidar com a situação é extremamente importante e, agora que você sabe as causas da obesidade infantil, já está mais apto a fazer isso para cuidar das suas crianças.

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